A entrada no ensino superior é um período de mudanças e alterações que podem ser exigentes para a pessoa. Ocorre uma mudança de estabelecimento de ensino, professores, colegas e, por vezes, também de casa, o que implica uma reorganização do papel que a pessoa desempenha.
Estas mudanças exigem maiores níveis de autonomia, resiliência e gestão do tempo. Tendo em conta todas estas transformações, se a pessoa não tiver uma estrutura psíquica segura e uma perceção de uma boa rede de suporte, poderá recorrer a comportamentos autolesivos e aditivos.
E se a entrada no ensino superior ocorrer de forma tranquila e positiva? A exigência do ciclo de estudos em si e as possíveis mudanças ou eventos de vida que podem ocorrer continuam a possibilitar a iniciação de comportamentos de risco.
Ademais, a acessibilidade de alguns materiais, a pressão de grupo ou a dificuldade na gestão da frustração — devido a expectativas não atingidas — podem também encaminhar o aluno para comportamentos aditivos ou autolesivos.
Revela-se, por isso, de extrema importância estar atento e reconhecer os sinais, de forma a poder prestar apoio precocemente e minimizar as consequências destes comportamentos e do sofrimento associado.